quarta-feira, 13 de julho de 2011

O que a aprovação da PEC 300 tem a ver com o Brasil e os brasileiros?

 
Infelizmente, alguns policiais (praças) não entram de vez na luta por dignidade salarial e melhores condições de trabalho. Os motivos são os mais variados: descrédito, desânimo ou preguiça mesmo. E o pior de tudo se vê na incapacidade de unir e se organizar, preferindo acreditar no que diz os comandantes. Estes, sim, são unidos, protegem-se mutuamente e a um pequeno grupo e prejudicam a vida de milhares de praças pelo simples prazer.
 
Um exemplo cabal dessa conversa mole foi o anunciado aos quatro ventos pelo comandante geral de que o índice de reajuste da PM para julho, cujo governo não cumpriu o dissídio em MARÇO. A Assembleia Legislativa entra em recesso no dia 15 e precisa votar o índice antes disso. Parece que não vai dar tempo. O praça será enganado mais uma vez.
 
Tenho uma opinião pessoal sobre a PEC 300 (cria um piso salarial para as polícias brasileiras), cujos oficiais são contrários à aprovação porque querem a carreira jurídica (inicial de R$ 18 mil). As PMs são violentas e muitas vezes arbitrárias contra a população mais simples. É essa população que irá pagar a conta desse aumento. Seria justo?
Em um país onde os criminosos de colarinho branco são impunes e até isentos de abordagem e fiscalização, mas o cidadão humilde muitas vezes é punido de forma injusta, para que dar aumento salarial à polícia?
 
O policial miitar (praça), diante de sua inércia em todos os aspectos da vida, vai continuar a ganhar uma miséria, a agredir o cidadão simples, fazer vistas grossas aos criminosos poderosos e servindo de capacho dentro dos quartéis, pois foi adestrado para tal. A sociedade desinformada e com preguiça em adquirir conhecimentos continuará a ser espancada nas ruas e enganada por aqueles que detêm o poder, utilizando-se da mídia para difundir as inverdades.
 
Ou a sociedade (praças incluídos) começa a ser organizar e pedir uma basta nessa situação ou vamos continuar a assistir as cenas de violência diárias em todos os cantos desse Brasil. O país cresce e se desenvolve, mas essa riqueza produzida não chega a todos. Uma ou outra categoria vai às ruas exigir os seus direitos sonegados, mas é massacrada por aqueles policiais militares (praças), que também têm os seus direitos de cidadania negados
 
Educação
 
Até as folhas da quase extinta Mata Atlântica sabem que a educação pública básica nas mãos de estados e municípios não funciona. Embora tenha uma receita relativamente alta de recursos, o dinheiro é desviado de sua finalidade, pois a educação de qualidade só se tem na iniciativa privada, privando milhões de jovens de terem uma vida digna e um futuro promissor e digno.
 
As escolas públicas de ensino fundamental e médio servem apenas para abrigar apaniguados políticos (cargos e mais cargos de confiança) e moeda de troca entre a politicalha para conchavos estaduais ou municipais.
 
Esse descaso leva muitos jovens sem opção ao crime, deixando para os praças da PM (trabalham nas ruas em contato direto com o povo dentro de uma viatura, moto, cavalo ou mesmo a pé) a tarefa de cobrar deles o que o estado, embora recebe em impostos para isso, nunca ofereceu. O estado, através da PM, empurra o cidadão para uma vida miserável, cujas consequências são a violência nas ruas e avenidas.
 
Saúde
 
A saúde do brasileiro está entregue às traças. Os hospitais públicos estão sucateados em pessoal especializado, instrumentos ou maquinário específico, leitos, medicamentos e remédios. Isso todos falam, mas se aponta o porquê. 
 
Desde o início do milênio, a saúde foi privatizada. Os recursos, embora relativamente alto, não são aplicados na saúde pública, sendo também desviados de finalidade - geralmente o bolso de almas sebosas. O motivo está na privatização. Hoje, o cidadão que quiser ter um atendimento hospitalar de média qualidade tem de fazer plano de saúde privado. Essas empresas de saúde, como todo comércio, quer lucro e mais lucro, pouco se preocupando com a saúde das pessoas.
 
Os governos, por sua vez, nada fazem porque estão presos à malha fatal. Muitos que ocupam cargos de poder, eletivos ou não, são empresários até do setor, como acontece também na educação. Uma melhora no atendimento dos hospitais públicos resultaria na extinção pura e simples dos planos privados.
 
O poderoso de plantão se socorre do hospital privado e de qualidade, cuja conta é paga na continuidade do modelo perverso em vigência, ou seja, pelo cidadão pagador de impostos astronômicos. Será que ele está pteocupado em mudar esse modelo infernal?  
 
Segurança Pública
 
A segurança nas ruas e avenidas dos 5.565 municípios está entregue à Polícia Militar de cada estado. É ela quem deve estar ostensiva e visível no policiamento, cujos integrantes devem ser os mais especialistas possível. Mas isso é que o se vê? Claro que não.
 
A doutrina militar é agressiva por natureza. Não existe respeito mútuo entre os próprios integrantes, mas a imposiçao deste do subordinado para com o superior. A recíproca nunca é verdadeira ou se faz presente.
 
O PM, doutrinado pelo militarismo de guerra que prega a eliminação do oponente, vai às ruas e faz do cidadão o seu subordinado. Ou seja, o cidadão é quem deve respeito ao policial. A recíproca...
 
Diante dessa modalidade da Idade Média, é comum os atos de violência. O cidadão simples e das periferias, privado de uma vida digna e de serviços básicos do estado, muitas vezes não aceita ser tratado com um "ninguém" pelo policial militar (praça e fruto do mesmo meio de exclusão, mas ele pensa que não). Este, por sua vez e achando-se superior ao cidadão, não aceita ser interpelado ou questionado, pois o militarismo não permite questionamentos. A ordem dada deve ser cumprida na íntegra sob pena de punição. Daí para a agressão (e morte) é um pulinho. Diferente quando o cidadão abordado é um poderoso. Aí, o PM vai falar manso e com respeito, independente do que ele faça. Há casos de desrepeito por parte do PM, mas a punição é líquida e certa, chegando, inclusive, à demissão.
 
É isso que se vê nas ruas todos os dias, mas não se vê nos quartéis. As PMs, como prestadoras de serviço público, ainda são fechadas e mantêm as mesmas normas de ditaduras. Um serviço básico social não deveria ser obscuro e viver na penumbra, mas, sim, transparente e que preste contas de suas ações. Enquanto se mantiver nesse modelo arcaico, desumano e cruel, as PMs serão os órgãos repressores da sociedade.
 
Esse modelo de (in)segurança pública interessa a governos insensíveis, corruptos e incompetentes, pois mantém a distância entre ricos e pobres, serviços de ótima qualidade e de péssima, superiores e subalternos e muita grana pública para fazer o que quiser. Se houver cobrança por parte do cidadao excluído, as PMs estarão lá para o receber com bombas, gás pimenta, tiros de de balas de borracha ou reais e muita pancada.
 
Por outro lado, há governos que não aceitam esse estado de coisas, mas se sentem presos ao modelo secular enraizado na nação. Alguns tentaram romper com esse modelo desumano na educação e na humanização da PM, mas foram rechaçados, bem como suas iniciativas democráticas.
 
A voz do poder
 
É a grande mídia (emissoras de rádio e TV, jornalões e revistões) a responsável pela transmissão de notícias e fatos que interessam a esses governantes cruéis, suprimindo tudo aquilo que possa colocar em risco a manutenção dos benefícios que mantêm. Ao primeiro sinal de igualdade, a grande mídia se junta e sai com manchetes incríveis para repudiar qualquer tentativa. O cidadão desinformado acredita, infelizmente.
 
O tripé da vida digna
 
Educação, saúde e segurança pública constituem o tripé de uma vida digna para uma nação. Sem esses serviços de qualidade para todos jamais teremos uma nação séria e compromissada.
 
De nada adiantam ações pontuais de erradicação da miséria, se não se destruir esse modelo perverso do tripé da dignidade. Curiosamente, mas não surpreendente (o alma sebosa é capaz de tudo para obter lucro), até os alimentos foram privatizados. Se não bastasse a iniciativa privada tomou conta da educação, saúde e segurança pública (embora pública, serve somente a interesses de um pequeno grupo), a agricultura familiar brasileira (que abastece a mesa de todos) vem, a passo largos, cedendo espaço ao agronegócio (planta-se em larga escala apenas para exportação - toneladas em soja para alimentar porcos na China, por exemplo).
 
Os investidores aplicam o dinheiro na agricultura de exportação esperando os lucros criminosos, como fazem na educação, saúde e segurança dos países, transformando o Brasil e o mundo em locais difíceis para se viver com dignidade. Será que estamos próximos ao fim dos tempos? Quem continuar vivo vai saber.
 
Internet
 
Graças à internet, esse círculo prejudicial de transmissão/omissão de notíciais da grande mídia foi quebrado pea internet. Os fatos correm pelo meio virtual em tempo real, colcando em cheque a credibilidade ou desnudando os interesses midiáticos na veiculação daquilo que quer noticiar. Mas tem gente querendo controlar esse meio democrático. O AI-5 digital do tucano Azeredo (pai do mensalão) quer tirar essa possibilidade de se informar do cidadão. Ele quer uma lei para controlar a democrática internet. As mesmas leis que os poderosos vilipendiam, mas que são implacáveis contra o cidadão simples.
 
Diga não ao AI-5 digital do poderoso mensaleiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário