terça-feira, 3 de maio de 2011

Para acabar com as crises, Doutrina do Choque

O capitalismo selvagem em vigência no mundo tem levado as nações à crises e sobressaltos, principalmente os países em desenvolvimento. A último ocorreu em 2008 e não tem data para acabar. As crises são geradas pelas próprias nações desenvolvidas, cuja economia se encontra em mãos de poucos donos, o que leva à sanha arrecadatória e à insistente busca por lucros e mais lucros sem nenhuma preocupação com o ser humano ou ao meio ambiente em que se vive. As consequências virão em forma de choques econômicos, diplomáticos, geopolíticos ou mesmo físicos

O filme-documentário da pesquisadora e ativista política, Naomi Klein, "A Doutrina do Choque",  aqui mostra como o capitalismo de desastre foi planejado por pequenos grupos - ou quadrilhas - de megaempresários que intervieram na economia mundial, trazendo falta de oportunidades de futuro para bilhões de pessoas, além de miséria, fome, violência e morte em vários países.

O filme é baseado no livro-denúncia "A Doutrina do Choque - A Ascensão do Capitalismo de Desastre", da mesma autora, cuja base é mostrar ao mundo como esses grupos dominaram a economia dos países e presidentes de nações apenas na conversa. Para aqueles que não aceitaram o diálogo do novo choque econômico traçado, restou somente a guerra e suas bombas covardes.

Tudo começa com a crise de 1929, queda de Wall Street e o início da Grande Recessão. O professor de economia da Universidade de Chicago, Milton Friedman, é o autor do capitalismo desregulado que vemos hoje em várias nações do mundo, cujas consequências são desastrosas para bilhões de pessoas em todo o globo.

As ideias de Friedman se opunham ao "New Deal" do ex-presidente americano Franklin Roosevelt. Enquanto Roosevelt, influenciado pelo economista John Maynard Keynes, propunha investimentos públicos, centrado principalmente no trabalho para a todas as pessoas, aumentando-lhe a confiança e a esperança para vencer a crise, além da regulação pelo Estado da Economia, Friedman vinha na mão oposta, ou seja, contra o New Deal.

Ele contou com o auxílio do economista austríaco Friedrich von Hayek. Para eles, se o Estado deixasse de prestar serviço às pessoas e não interviesse na regulção da Economia, o próprio mercado se autorregularia. É essa política econômica, vista na época como patérica, que vigora até hoje, destruindo sonhos, esperanças e perspectiva de uma vida melhor aos povos em todo o mundo. É daí que sairão so "Chicago Boys", economistas da doutrina neoliberal.

O primeiro país onde será implantada (testada) a teoria do "deus mercado" vai ser o Chile, nos idos de 50/60. Mas lá, o presidente que seria eleito pelo povo chileno era Salvador Allende, cujo política de governo era lastreada no desenvolvimento progressivo e servia de exemplo à região. Investimento em Saúde, Educação, Indústria, etc. eram a tônica do governo Allende. O mesmo ocorria no Brasil com as ideias do presidente empossado, em meio a muita confusão, de João Goulart, após renúncia do presidente Jânio Quadros. Isso contariava a política de Friedman e Hayek, das empresas americanas e seus investidores.

Garras Ianques

O Departamento de Estado do EUA começa a oferecer bolsas a estudantes do Chile e demais países da região para que os estudantes pudessem aprender economia de mercado livre com Friedman. Talvez, o maior seguidor brasileiro da economia Friedman/Hayek tenha sido Fernando Henrique Cardoso, o traidor do povo brasileiro.

Esses estudantes retornaram ao Chile e a seus países de origem. A Universidade de Chicago fez intercâmbio com a Universidade Católica do Chile, transformando-se numa pequena Universidade de Chicago na América do Sul; os alunos receberam suas teses de doutorado.

A plataforma de governo de Salvador Allende previa a nacionalização de empresas. Ou seja, o Estado passaria a gerir as empresas, que estavam nas garras de estrangeiros, com destaque para a telefonia. A norte americana ITT era dona de grande parte da telefonia do Chile. Os americanos procuraram as forças armadas chilenas. A ITT não via com bons olhos a eleição, em 1970, de Allende, fazendo de tudo para não deixar que tomasse posse, incluindo a participação do então presidente americano Richard Nixon. A mesma coisa ocorreria no Brasil em 1964, para que João Goulart não tomasse posse, implantando-se inclusive o sistema parlamentarista, cuja força do presidente é esvaziada. Apesar de tudo, Allende é empossado presidente do Chile.

O golpe

Nixon manda a Cia implantar a nova economia de Friedman no Chile. Para isso, os americanos vão se utilizar dos recém formados Chicago Boys chilenos. Estes vão fazer de tudo para desestabilizar o Chile. Caminhoneiros foram à greve, trazendo graves prejuízos à indústria e ao comércio.

Nesse cenário nefasto no Chile uma figura cruel e desumana vai surgir: o general Pinochet. É ele quem vai trair o povo chileno e entregar o país de mãos beijadas e abençoadas aos americanos. Qualquer semelhança com o Brasil de FHC não é mera coincidência, mas um fato histórico. Claro que houve o bombardeio da palácio presidencial e a consequente morte de Alende. O país - e a região - se abria á experiência econômica neoliberal de Friedman e Hayek.

No Brasil

O Golpe de Estado no Brasil em 1964 não foi sentido pela população porque esta não enfrentou os militares, preferindo manter-se alienada e desinformada pela mídia tupiniquim que, naquele tempo, iniciava o trabalho sujo de ser contra o país e o povo brasileiro, perdurando até hoje. O conversê medonho midiático de implantação do comunismo no Brasil - comedores de criancinha - massageou o ego e preparou o lombo dos brasileiros para as agressões militares que viriam depois. Vale ressaltar que a grande mídia aprovou e trabalhou pelo golpe de Estado no Brasil, fornecendo inclusive apoio logísitico aos militares. Tudo isso financiado e articulado pelos EUA. Alguns anos mais tarde, o Brasil será entregue aos estrangeiros pelas mãos de Fernando Henrique Cardoso e seus asseclas, cujas privatizações (venda) de empresas estratégicas, e a preço de banana, prejudicaram e prejudicam o crescimento rápido do país e o desenvolvimento de seu povo

Os golpes foram se sucedendo em vários países da região. Em alguns de forma mais violenta em razão do enfrentamento da população, em outros, de forma mais fácil. O Brasil, que vivia numa democracia até 1964, vai passar a um regime duro de violência, torturas e mortes àqueles que, no decorrer dos anos, vão se opor à criminosa tomada do poder na marra.

As crises

Klein conclui que toda vez que se quer alterar os rumos do mundo recorre-se às crises. Elas são instaladas de forma sorrateira pelas potências mundiais, ou pelas mãos daqueles nas quais esses países estão dominados. O remédio, amargo às populações, será fornecido por essas mesmas potências (ou mesmas pessoas), cuja compaixão, amor fraternal, respeito pela vida do próximo, etc. passam ao largo, preferindo a incrível ganância dos lucros.

No modelo Neoliberal, o estado se afasta dos serviços sociais e da esfera estratégica de riquezas naturais. Tudo é vendido ou doado à iniciativa privada. Foi assim com as empresas estratégicas de telefonia, energia elétrica e extrativismo (Vale do Rio Doce). Tentou-se privartizar a Petrobrás, conseguindo-se em parte.

Quem não se lembra dos vazamentos - criminosamente provocados - de combustível da Petrobrás em vários estados na década de 90? Isso faz parte da estratégia Neoliberal, qual seja, inviabilizar as empresas nacionais, passando a sensação à população de que as empresas estão sucateadas e causando prejuízo ao país, para vendê-las ao grupo de "donos do mundo" (Tenta-se o mesmo, agora, com os Correios). A grande mídia faz o serviço de (des)informar a sociedade, recebendo muito dinheiro dos governos e dos futuros donos das empresas, restransmitindo somente aquilo que interesse a esse grupo e aos governos traidores. Essa doutrina entreguista e traiçoeira é facilmente percebida no PSDB, DEM e PPS, cujos governos vendem tudo que é público. Um exemplo é São Paulo. Vendeu quase tudo, restando apenas o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. E é asim em todos os estados ou cidades em que administram, causando prejuízos enormes à população, aumentando a violência e a exclusão social, uma vez que o dono do serviço privatizado se preocupa com o lucro, jamais com a pessoa que receberá o serviço, seja ele educação, saúde, transporte, moradia, etc.

Se no passado os governantes eram "comprados" pela doutrina Neoliberal ou mesmo bombardados ao se negarem à venda, hoje, nada mudou. Os EUA (e seus cãezinhos amestrados países ricos da Europa e Israel) continuam intervindo nas eleições nos países, fazendo de tudo para os seus preferidos e alinhados sejam eleitos. Continuam a bombardear nação com muita riqueza natural (petróleo, gás, metais nobres, etc) usando acusações infundadas de armas de destruição em massa ou de abrigar grupos terroristas (caso Iraque e Afeganistão: Irã? Coreia do Norte?).

Já no modelo marxista, comunista (que nunca foi implantado em canto nenhum do mundo), socialista, etc. acontece o contrário. O Estado administra os serviços sociais básicos - abrindo oportunidades iguais a todos -, as áreas estratégicas e regula a economia, intervindo quando necessário. Não deixa que o Banco Central seja independente. Se no modelo Neoliberal o Estado é fragilizado e serve apenas de enfeite governamental, neste, o país é robusto e tem força para enfrentar os grandes grupos empresariais e seus sequazes, cujo Judiciário será a balança de equilíbrio e vai prezar pelo cumprimento das leis.

Na escola de Friedman e Hayek privatiza-se tudo, exceto as Forças Armadas (polícias militares) e o Judiciário. O governante de uma nação é automaticamente o chefe da forças militares. No Judiciário, ocupa-se espaço (cargos). Isso acontece atualmente no STF e no STJ, cujos ministros ocupantes dos cargos (escolhidos pelos governos) praticam tudo menos Justiça.

Internet e as crises

Graças á internet, as populações têm percebido com mais facilidade o jogo sujo das nações ricas e a tentativa de desinformação pela mídia mundial. Governos progresistas têm sido eleitos em vários países do mundo, principalmente na América do Sul. Isso tem irritado as potências mundiais que estavam acostumadas a usarem a região como um quintal próprio, dele servindo-se a bel prazer e com a conivência de governantes traidores.

No Brasil, a mídia tentou de todas as formas defenestrar o presidente Lula do poder e inviabilizar a eleição de sua substituta, Dilma Rousseff. A intenção dos papagaios de pirata da imprensa (e das potências mundiais) era eleger os subservientes, alinhados e traidores José Serra ou Geraldo Alckmin nas últimas três eleições presidenciais. Mas a internet não permitiu que a mentes e corações brasileiros fossem turvados pelas falsidades, invenções e  rede de boataria da grande mídia (jornalões, revistões, rádio do conglomerado midiático e TVs). Aliás, quase todos os países não se renderam ao canto fácil e mentiroso da mídia autóctone, exceto Colômbia e Chile. No restante dos países, os governos não permitem que as nações ricas deem palpite na forma de governar essas nações.

Por isso que há uma corrente muito forte para se controlar a internet, pois a voz traidora da mídia e seus prepostos não é mais ouvida ou acreditada. Mas nem asim eles se dão por vencidos. Vez ou outra tentam criar crises através de boatos e falsidades, cujo intuito é levar o povo às ruas para tirar do poder que não lhes agrada. Isso foi tentado em 2005 durante a crise do mensalão petista (nunca provado).

Por outro lado, a mídia esconde, omite, tergiversa, subdimensiona notíciais que possam manchar os seus queridos do PSDB, DEM e PPS. Nesse ponto entra a internet. Os blogs e as redes sociais (facebook, twitter, orkut, etc) não permitem que falsidades sejam vistas como verdades incontestáveis ou que fatos reais sejam escondidos/omitidos da opinião pública. O senador tucano Azeredo é autor de projeto que pretende limitar e controlar a internet, conhecido como AI-5 Digital.

Assista ao filme

O documentário é esclarecedor e nos passa a sensação de impotência, mostrando a que ponto chegam as potências - nas mãos de poucos - para saciar os seus lucros. Mais de um milhão de pessoas - homens, mulheres e crainças - foram mortas em vários países pela simples ganância de um grupo que tomou conta do mundo, fazendo com que não se vislumbre muita luz no fim do túnel, exceto se houver interferência do Deus (Pai Maior) do universo. Sem isso serão mais mentiras, crises, torturas, bombas e mortes de quem estiver na frente dos donos da doutrina do choque.

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